O mais importante é a vida, ou seja, a energia que move a matéria, o corpo. Viver e observar os detalhes das cores, os retalhos que formam um todo, as partes que compõe um sistema, isto é aproveitar a vida, a energia que nos é dado de graça. Esta energia é para ser aproveitada mesmo, e não para buscar explicação...
sábado, 26 de janeiro de 2019
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
sábado, 19 de janeiro de 2019
quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
domingo, 13 de janeiro de 2019
Natal a 25 de dezembro: DE ONDE VEIO ESSA DATA?
Otto Amaral (*)
Recomendamos que você leia, antes deste, o artigo QUANDO NASCEU JESUS? Ele oferece informações conclusivas sobre o fato de que Jesus não nasceu a 25 de dezembro.
Não há estudioso sério ou mesmo leigo interessado no assunto, que ainda defenda a data de 25 de dezembro como aquela em que nasceu Jesus Cristo. O argumento preferido pelos que demonstram indiferença quanto às comemorações natalinas nessa data, é que “é impossível mudar-se agora aquilo que já é tradição há séculos, em boa parte do mundo”. Outros dizem que ”esse dia é tão bom quanto qualquer outro para a comemoração, pois o importante é homenagearmos a Jesus”. Seriam aceitáveis esses argumentos?
É fato que o dia 25 de dezembro, desde milhares de anos antes do nascimento de Jesus Cristo, já era uma data festiva importante e ativamente festejada. Mas, festejada por quem? O que ela representava? Como e porque foi ela transformada na data comemorativa do nascimento de Jesus?
As respostas a essas questões, como veremos a seguir, demonstram que não foram simples coincidências históricas que influíram na mudança e que ela encontra restrições absolutas nas Escrituras, especialmente do pretenso homenageado, Jesus Cristo. O importante para nós é descobrir as conseqüências da escolha dessa data para o povo do Senhor e o que existe por trás desse quadro que tem levado milhões de pessoas, há séculos, a adorar, honrar e glorificar (mesmo que não intencionalmente), a um ídolo pagão - e não a Jesus Cristo!
Todos sabem, especialmente no mundo ocidental, que o Natal se comemora todos os anos, a 25 de dezembro. A época festiva é feriado, na maioria dos paises do Ocidente. As árvores enfeitadas e os presépios são lindos. Calorosos são os banquetes familiares, as visitas de casa em casa e a trocas de cumprimentos. Carinhos e presentes são trocados e os corais cantam melodias próprias da época. Entre nós, a figura rotunda e risonha do Papai Noel, que parece um santo homem, é obrigatória. Tudo isso, tendo como justificativa a comemoração do nascimento do menino Jesus.
Porém, vamos retroceder no tempo, para bem antes do nascimento de Jesus – vamos voltar para 4.000 anos antes de nossos dias! Estamos na Mesopotâmia, onde vamos encontrar, no calendário vigente, no dia correspondente ao nosso 25 de dezembro, uma festividade exatamente igual à descrita acima – 2.000 anos antes do nascimento de Jesus Cristo! Aliás, as festas “natalinas”, naquela época, começavam a 25 de dezembro e duravam 12 dias. Era a mais importante data do calendário religioso e social de então. Ela representava a renovação do mundo para o novo ano. Nesse festival, chamado Zagmuk, celebrava-se o sucesso do deus Marduck, em sua luta contra as forças do caos, durante o ano que findava.
Em nossa viagem no tempo, vamos avançar 600 anos. Agora estamos em 1.400 a.C. (antes de Cristo). Foi mais ou menos nessa época, que os partidários do mitraísmo (religião surgida na Babilônia e região), passaram a celebrar o nascimento de seu deus, Mitra. E que data eles escolheram para isso? A da festa já existente e que corresponde, no nosso calendário, a 25 de dezembro!
Mitra assumiu nomes ligeiramente diferentes, dependendo do país onde era cultuado – entre os nórdicos e saxões, por exemplo, foi Mehr. Trazido para Roma pelos soldados que lutaram na região da Babilônia, que o escolheram como protetor, Mitra chegou a ser um dos principais deuses do panteão romano, a partir do primeiro século antes de Cristo. Importantes nomes do Império, como Pompeu, eram devotos de Mitra.
As primeiras referências a Mitra na literatura sânscrita e persa datam de cerca de 1.400 a.C., como um deus-sol ariano.
A liturgia do culto a Mitra pode ser vista hoje
Os seguidores de Mitra acreditavam que seu deus nascera no solstício de inverno (época em que o sol, parando de se afastar do equador, começa a se reaproximar), o que ocorre normalmente a 25 de dezembro, no Calendário Juliano. O Imperador Aureliano, adepto do mitraísmo, oficializou, por decreto, esse dia como o do nascimento de Mitra, aproximadamente no ano 270 da Era Cristã.
* A representação de Mitra matando o touro sagrado era copiada
pelos adeptos, como sendo portadora de poderes de proteção. Muitas vezes ela era circundada pelos doze signos astrológicos do zodíaco (Para visualisar a imagem, visitar o site do autor deste texto, conforme informado ao final do artigo)
O líder dos mitraístas era chamado “papa”. Dirigindo-se às lideranças de Sua igreja em Mateus 23:9, Jesus expressamente proibiu que usasse essa designação, assim como a de “padre” (ambas, significando pai). O sacerdote-chefe mitraísta usava uma mitra, como símbolo de sua autoridade, como o fazem ainda hoje o papa, os bispos, arcebispos e cardeais católicos. Vestia também um manto vermelho e trazia um anel e um cajado de pastor.
Esse líder exercia sua autoridade das colinas do Vaticano, em Roma. O culto mitraísta celebrava as sacramenta, (com a consagração do pão e do vinho), numa cerimônia denominada Myazda, cujo ritual podemos observar integralmente ainda hoje, pois corresponde exatamente à liturgia da Missa católica. Nesse culto eram cantados hinos e usavam-se sinos, velas, incenso e água benta. O Imperador Constantino, mesmo sendo fiel seguidor de Mitra, decretou oficialmente, em 313 da nossa era, que o dia 25 de dezembro seria a data do nascimento de Jesus. Não obstante sua crença em Mitra, Constantino precisava, por motivos políticos, unificar e pacificar seu império e o caminho melhor para isso lhe pareceu a criação de uma maior unidade religiosa em seus domínios, aumentando, ao mesmo tempo, sua autoridade também nessa área. Assim, convocou as lideranças dos vários cultos da época e estabeleceu com elas acordos, nos quais concedia “favores” gerais, em detrimento de concessões de cada um. Assim, o autentico e crescente cristianismo do povo, começou a sofrer um forte e acelerado processo de deformação, ao ser misturado a outras crenças. As doutrinas, sem nenhuma base nas Escrituras, resultantes do processo que se desencadeou a partir de Constantino, redundaram no surgimento de uma igreja deformada, que foi imposta à força, inclusive à custa da vida de muitos cristãos verdadeiros, torturados e queimados nas fogueiras da Inquisição. Constantino foi batizado em seu leito de morte, alegam os que o assistiram em seus últimos momentos. Mesmo sendo verdadeira essa afirmação, ainda somos levados a pressupor que sua verdadeira crença, durante todo resto de sua vida, permanecera em Mitra. Após a Reforma, parte dessas deformações e acréscimos foram extirpados, mas muitos ainda subsistem – como a comemoração do nascimento de Jesus a 25 de dezembro!
Dos Césares aos nossos dias
Na Roma antiga, era também a 25 de dezembro que se davam as festas dedicadas a Saturno, chamadas saturnálias. Dizia a mitologia romana que Saturno havia sido um deus que implantara a Era de Ouro, algo como um paraíso, mas havia sido destronado por seu filho Júpiter. As festividades das saturnálias também englobavam o hábito de presentear. De acordo com Macrobius, as festividades originalmente duravam apenas um dia. Porém, outro cronista, Novius, as descreve como se estendendo por sete dias. Com a mudança do calendário, por César, as festas tiveram sua duração aumentada.
No hemisfério Norte, o solstício de Inverno acontece entre 22 e 23 de dezembro, época do maior afastamento do sol. Do dia 25 em diante, dizem os adoradores da Natureza, o sol estaria “renascendo”, daí as festividades nessa data, comemoradas até hoje pelos remanescentes druidas, pelos wiccans e outras seitas pagãs adoradoras da Natureza, que existem e crescem rapidamente, inclusive no Brasil.
* Escultura do Imperador Constantino, que introduziu deformações no
cristianismo, muitas das quais persistem até hoje. (Para visualisar a imagem, visitar o site do autor deste texto, conforme informado ao final do artigo)
Pelas evidências, pode-se dizer que o culto que se oficializou em Roma, a partir do ano 313 da Era Cristã, por decreto de Constantino, era uma versão do mitraísmo então imperante, com enxertos de origem cristã. Por motivos políticos (o povo, em sua maioria e alguns integrantes da nobreza eram cristãos), foi adotada para o novo culto a denominação de cristianismo. Isso não ofendia aos interessses dos mitraístas, de vez que sua religião, diferentemente do cristianismo, era um culto iniciático, isto é, os adeptos iam tendo acesso a ensinamentos e práticas secretos, na medida de seu desenvolvimento dentro da seita. Na verdade, eram 7 os graus de iniciação mitraísta. Assim, não haveria interferência dos cristãos (neófitos, isto é, não iniciados nos mistérios de Mitra) nos cultos desse deus. Isso, pela simples razão de que os cristãos sequer teriam consciência de que não era a Jesus que se adorava naquele local, com aquela liturgia, mas sim a um deus pagão. Posteriormente, esse processo sincrético (processo de fusão de elementos culturais e filosóficos de origens diferentes e muito diversos entre si), no qual várias religiões se misturavam, condicionou modificações que redundaram praticamente em um novo culto. A influência mais marcante aparentemente foi a mitraísta, provavelmente por ser a fé praticada pelas elites e por estar esse poderoso clero já então fortemente instituído e operante nas colinas do Vaticano, em Roma. Não obstante as deformações introduzidas, que chegaram a descaracterizar o cristianismo, durante esse processo e especialmente nos séculos da Idade Média, muitos foram os cristãos que se mantiveram fieis a Jesus e aos Seus ensinamentos, no mais das vezes pagando por isso com a própria vida.
A religião oficial do Ocidente, com todo seu praticamente incontestado poder foi, até a Reforma, a igreja Católica Apostólica Romana, o fruto direto do decreto de Constantino e da mistura que ele oficializou.
Essa tendência sincrética, de agregar elementos de outras fontes, como forma de manter a igreja popular e mais facilmente aceita pelo mundo, pode ser hoje observada com clareza nas denominações, incluindo-se muitas evangélicas, que criam contrafações ou sucedâneos teológicos e litúrgicos, dos quais surgem festividades, comemorações e até ”santos” de origens espúrias - vejam-se as “festas juninas”, “lavagem de igrejas”, “o dia de Cosme e Damião”, o Halloween e, claro, a festa de 25 de dezembro de que tratamos especificamente.
Dando razão aos pagãos
Existe hoje uma infinidade de cultos e seitas pagãs, inclusive no Brasil. São adoradores da natureza e de suas forças e manifestações. Nos países do hemisfério norte, onde a maioria delas é difundida há milhares de anos, elas são mais presentes e organizadas. Os druidas, com seus monólitos de Stonehenge, estão vivos, espalhados em várias seitas ligeiramente diferentes umas das outras. Os wiccans, outro culto pagão, também tem presença significativa entre os cultores da natureza. Poucos percebem que o paganismo tem organizações e entidades estruturadas e que defendem seus pontos de vista religiosos (essas organizações são seitas, ou religiões, com todas suas características), muitas vezes atacando entidades e grupos de crenças diferentes das suas, incluindo-se aqui o cristianismo. Embora o caráter exclusivista não seja uma das características principais desses cultos, eles agem normalmente com coerência, ao reivindicar como suas as criações mitológicas, os ritos e crenças que, realmente foram criados por eles. Assim, temos que dar razão aos pagãos, quando eles reivindicam as festividades de 25 de dezembro como criadas por eles e fazendo parte de seu culto. Além desse acontecimento, o Natal, de que nos ocupamos aqui, muitas outras coisas existem hoje nos cultos chamados cristãos, que não são bíblicos e que histórica e indiscutivelmente são pagãos. A eles, devolvamos sua herança!
Bem vivos, ainda hoje!
Quando se fala em festividades como as saturnálias, em deuses como Saturno, Juno e Sol, em soltícios e outros personagens e eventos idênticos, somos levados a pensar num passado remoto, a encarar isso tudo como motivos fazendo parte de uma história já vivida. Imaginamos que, na era dos computadores, das viagens espaciais e da bioengenharia, esses cultos já não teriam seguidores. Puro engano! Uma maneira fácil de comprovar isso é acessar, na Internet, os milhares de sites dedicados aos assuntos relacionados ao paganismo. Traduzimos e reproduzimos abaixo trechos recolhidos de um site, em inglês, o circlesantuary.org. A escolha desse site não foi proposital – chegamos a ele ao acaso, ao pesquisar o assunto.
A “sacerdotisa” do site parece ser uma figura importante na Circle Santuary Community (Comunidade do Santuário do Círculo) e se chama Selena Fox. É ela a autora do poema que traduzimos o mais literalmente possível e reproduzimos, a seguir:
Saturnalia
Meados de dezembro
As noites são longas, o tempo é frio, o inverno vem
Celebrações acontecem
Renovando votos de amizade
Visitas à família e amigos
Trocas de presentes com os amados
Velas, bonecas, biscoitos, doces, sagrados, ramos verdes
Tribunais fecham. Batalhas cessam
Folgas nas escolas e no trabalho
Feriado
Cantar, dançar, jogar, alegrar-se
Comida... muita comida e bebida
Grandes ceias e festas
Para celebrar o Sol, a Terra, os Ancestrais, o grande Círculo da Natureza
Para recepcionar o Inverno e o Ano Novo
Para trazer a renovação, a paz e a alegria
Solstício presente... solstício passado
Esta é o legado da Saturnália,
a semana do Festival do Pagão Solstício de Inverno da Roma antiga
Sataurnália, seu espírito e tradições vivem
no mundo hoje
nas ceias de Natal e e nas festa de Ano Novo
na nossa celebração do Solstício de Inverno esta noite.
Abençoada nossa união com os ancestrais.
Abençoada nossa união uns com os outros.
Abençoada nossa união com as futuras gerações.
Nós nos rejubilamos.
Viva, Saturnália!
Viva, Saturnália!
Viva, Saturnália!
(Por Selena Fox, Solstício de 1994, Madison, Wisconsin)
Atente para o antepenúltimo verso, que diz “Saturnália, seus espírito e tradições...” e veja que os neo-pagãos externam com alegria a consciência de que a data de 25 de dezembro, embora sendo de origem pagã, vive (persiste, tem continuidade) nas festividades do Natal cristão.
A César, o que é de César – ao mundo, o que é dele! Eis o motivo:
DEUTERONÔMIO [12]
28 Guarda e cumpre todas estas palavras que eu te ordeno, para que bem te suceda a ti e a teus filhos, depois de ti, para sempre, quando fizeres o que é bom e reto aos olhos do Senhor, teu Deus.
29 Quando o Senhor, teu Deus, eliminar de diante de ti as nações, para as quais vais para possuí-las, e as desapossares e habitares na sua terra,
30 guarda-te não te enlaces com imitá-las, após terem sido destruídas diante de ti; e que não indagues acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviam estas nações os seus deuses, do mesmo modo também farei eu.
31 Não farás assim ao Senhor, teu Deus, porque tudo o que é abominável ao Senhor e que ele odeia fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram aos seus deuses.
32 Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás nem
diminuirás.
Amém!
Autor: Otto Amaral
Site/página: http://www.restaurarnt.org/natal.html
Título da postagem: Natal a 25 de dezembro: DE ONDE VEIO ESSA DATA?
sábado, 12 de janeiro de 2019
QUANDO JESUS NASCEU?
A melhor estimativa é 29 de setembro de 5 a.C.
Como? Não é a 25 de dezembro do ano zero?
Veja abaixo por que não.
Otto Amaral (*)
Recomendamos que você leia, depois deste, o artigo NATAL A 25 de DEZEMBRO: DE ONDE VEIO ESSA DATA? Ele oferece evidências sobre a forma através da qual essa mudança ocorreu e as suas razões.
Estudiosos da Bíblia prontamente nos respondem à pergunta acima dizendo que, muito provavelmente NÃO foi 25 de dezembro do ano zero. Por quê? Vejamos.
Quando os pastores estão nos campos?
Meteorologistas israelenses pesquisaram, por muitos anos, os padrões do tempo em dezembro e concluíram que o clima em Israel foi constante nos últimos 2.000 anos. O livro The Interpreter’s Dictionay of the Bible (Dicionário de Interpretação Bíblica) declara que “de um modo geral, os fenômenos climáticos, assim como as condições atmosféricas como mostrados na Bíblia correspondem à realidade observada hoje” (RBY Scott, vol. 3, Abingdon Press, Nashville, 1962, pág. 625).
A temperatura média na área de Belém em dezembro é de 7 graus Centígrados, mas pode cair até abaixo do ponto de congelamento da água, especialmente à noite. Descrevendo a temperatura ali, Sara Ruhin, chefe do Serviço Meteorológico de Israel, declarou, em um a notícia veiculada em 1990 pela imprensa, que aquela área apresentara três meses de geadas: dezembro (com 1,6 C negativo), janeiro (1,1 C negativo) e fevereiro (0 C).
Neve é comum por dois ou três dias em Jerusalém e nas proximidades de Belém em dezembro e janeiro. Esses eram os meses de inverno, de elevados índices de precipitação (muitas chuvas) quando as estradas, nos tempos bíblicos, ficavam praticamente inutilizáveis e as pessoas permaneciam dentro de casa, sempre que possível.
Essa constatação é uma evidência importante a reprovar dezembro como o mês de nascimento de Jesus Cristo. Perceba que, na época do nascimento de Jesus, os pastores mantinham seus rebanhos nos campos à noite. “Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite” (Lucas 2:8). Era prática comum entre os pastores deixar os rebanhos nos pastos de abril até outubro, mas nos meses frios e chuvosos, os rebanhos eram trazidos de volta para os estábulos e ali abrigados.
Um comentário admite que, “como os pastores não haviam ainda levados seus rebanhos para os estábulos, é de se presumir que outubro ainda não havia começado e que, conseqüentemente, nosso Senhor não nasceu em 25 de dezembro, quando já não existem rebanhos nos campos! Não pode ele haver nascido depois de setembro, quando os rebanhos já não se encontravam mais nos campos à noite. Efetivamente, a hipótese do nascimento de Jesus em dezembro precisa considerar esses fatos. A alimentação dos rebanhos à noite nos campos é um fato cronológico, que projeta considerável luz sobre esse ponto controverso” (Commentary, de Adam Clark, Abingdon Press, Nashville, nota sobre Lucas 2:8).
Eis a prova:
Este quadro é reprodução fiel do site br.weather.com, acessado na manhã (7 horas) do dia 25 de dezembro de 2003, com as condições do tempo em Jerusalém naquele momento. Veja que a temperatura era de 3 graus positivos, mas a sensação era de 2 graus negativos! No quadro seguinte, as previsões sobre as precipitações para aquela semana. Como em todos os anos, nos últimos dias de dezembro de 2003 havia na Cidade Santa muito frio e muita chuva!
Outro estudo concorda: “Esse modesto povo de pastores ficava fora, nos campos, à noite, com seus rebanhos – um acontecimento que é contrário ao nascimento de Cristo em 25 de dezembro, quando o clima não o teria permitido” (The Interpreter’s One-Volume Commentary, Abingdon Press, Nashville, 1971, nota sobre Lucas 2:4-7).
O livro Companion Bible, em seu Appendix 179 diz: “Pastores e seus rebanhos não eram mais encontrados nos campos abertos à noite em dezembro (Tebeth), pela principal razão de que não havia mais pastagens nesse mês! Era o costume de então (como de agora), retirar os rebanhos durante o mês Marchesven (outubro-novembro) dos lugares abertos e abrigá-los para a passagem do inverno”.
O Censo descrito por Lucas
Outra evidência contra o nascimento de Cristo em dezembro é o censo romano registrado por Lucas: ”Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado. Esse primeiro recenseamento foi feito quando Quirínio era governador da Síria. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. Subiu também José, da Galiléia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, e teve a seu filho primogênito...” (Lucas 2:1-7).
Os dirigentes romanos e judeus sabiam que a realização de um recenseamento no inverno seria, senão impraticável, pelo menos muito impopular. Geralmente, esses censos eram feitos após as colheitas, em setembro ou outubro, quando não havia danos sérios à economia, o tempo era bom e as estradas estavam ainda secas, permitindo viagens mais fáceis. De acordo com as datas normais dos censos, essa foi provavelmente a época do nascimento de Cristo.
Um autor declara que esse recenseamento “dificilmente seria convocado pelas autoridades nessa época (dezembro), pois essa tarefa demandaria que as pessoas viajassem de todas as partes para seus distritos de nascimento, com tempestade e chuvas tornando os deslocamentos inseguros e desconfortáveis no inverno, à exceção de anos especialmente favoráveis” (Christmas at Bethlehem, Holy-Days and Holidays, Cunningham Geikie).
A descrição que Lucas faz do censo soa fortemente contrária a dezembro como a data do nascimento de Cristo. Por ser a sociedade judaica essencialmente agrária, um censo no outono, depois das colheitas, seria muito mais apropriado.
O ano em que Cristo nasceu
Jesus também não nasceu no ano 0 (zero). Em 525 o papa João I encomendou ao erudito Dionisius Exiguus o estabelecimento de um calendário de festas para a igreja. Dionísio estimou o ano de nascimento de Cristo baseado na data de fundação de Roma. Infelizmente, por falta de suficientes dados históricos, ele chegou a um resultado que, hoje sabemos, era incorreto.
Os Evangelhos registram o nascimento de Jesus como tendo ocorrido durante o reinado de Herodes, o Grande. A morte desse monarca está registrada pelo historiador judeu Flavius Josefus (Antiquities of the Jews, Josephus, Book 17. Chpt. 8) e ocorreu na primavera do ano 4 a.C. (Antes de Cristo!) (New Testamente History, F.F. Bruce, Anchor Books, p. 23). Assim,o nascimento de Cristo ocorreu a, pelo menos, quatro anos antes da data tradicionalmente comemorada!
Jesus não nasceu em 25 de dezembro do ano 0 (zero). Na realidade, não existiu ano zero, pois nossos calendários saltam de 1 a.C. (antes de Cristo) para 1 E.C (Era Cristã), sem o intermediário ano zero.
A celebração do nascimento de Cristo na igreja primitiva
Nos primeiros 200 anos de história cristã nenhuma menção é feita à data do nascimento de Jesus. Embora Constantino tenha decretado, no ano 270 da nossa era, que o nascimento de Jesus seria comemorado a 25 de dezembro, não foi senão em 336 que ocorreu o primeiro registro de uma celebração da data.
Por que essa omissão? No caso dos pais da igreja, a razão foi que, durante os primeiros três séculos depois da vida de Jesus Cristo nesta terra, o evento considerado o mais importante a ser comemorado foi a data de sua morte. Em comparação, a data de seu nascimento foi considerada insignificante. Como estabelece a Encyclopedia Americana, “O Natal, de acordo com muitas autoridades, não foi comemorado nos primeiros séculos da igreja cristã, pois o costume dos cristãos era celebrar a morte e não o nascimento de pessoas importantes...” (“Christmas”, edição 1944).
As especulações sobre a data correta começaram nos terceiro ou quarto séculos, suscitando controvérsias entre os líderes da igreja. Muitos deles foram contrários à celebração. Orígenes (185 – 254) recomendava enfaticamente contra essa inovação. “Nas Escrituras, não existe sequer um registro de qualquer banquete ou festividade por um aniversário. São apenas os pecadores que fazem grandes festas no dia em que nasceram” (Catholic Encyclopedia, edição 1908, vol. 3, pág. 724, “Natal day” ).
Nesse período, oito diferentes datas foram propostas, por diferentes grupos, abrangendo seis meses. O dia 25 de dezembro foi uma das últimas datas a serem propostas, mas foi a finalmente aceita pelas lideranças da igreja do Ocidente.
Um sumário dos debates sobre as datas de nascimento de Cristo aparece no The Oxford Dictionary of the Christian Church: “Não obstante as especulações sobre a data de nascimento de Cristo remontarem ao terceiro século e Clemente de Alexandria haver sugerido o 20 de maio, a celebração não parece ter se generalizado até finais do quarto século. A mais antiga menção da observância do 25 de dezembro no Calendário Philocaliano é do ano de 336. Essa data foi provavelmente escolhida para se opor à festa do Nascimento do Sol Invicto (nascimento do inconquistável sol), e sua observância foi difundida no Ocidente por Roma” (Oxford University Press, edição 1983, New York, 1983, pág. 280 “Christmas”).
Por volta do ano 200, quando Clemente de Alexandria menciona as especulações sobre o nascimento de Cristo, ele nada fala sobre a celebração naquela época. Ele casualmente relata as várias idéias existentes naquela época: “Havia aqueles que, não só tinham determinado o ano do nascimento do Senhor, mas também o dia..., o 25 de Pachon... outros, por sua vez, diziam que era 24 ou 25 de Pharmuthi” (The Stromata, ou “Miscellanies”, The Ante-Nicene Fathers, vol. 2, Eerdmans, Grand Rapids, 1986, pág. 333).
Logo depois, em 243, o calendário oficial de festividades, o De Pascha Computus, coloca a data do nascimento de Cristo como 28 de março. Outras datas sugeridas foram 2 de abril e 18 de novembro. Entretanto, no Oriente, a data de 6 de janeiro foi escolhida, por ser aquela em que os gregos celebravam o nascimento do deus Dionísio o os egípcios o do deus Osíris. Enquanto que os pagãos comumente celebravam o natalício de seus deuses, na Bíblia nenhum aniversário jamais foi comemorado como o de Deus (quem, é claro, não teve nascimento ou data de origem).
A popularização de 25 de dezembro
Em Roma, o 25 de dezembro foi popularizado em 354 pelo papa Liberius e tornou-se regra no Ocidente em 435, quando a primeira “missa cristã” foi oficiada pelo papa Sixtus III. Ela coincidiu com a data de celebração pelos romanos ao seu principal deus, o Sol, e a Mitras, popular deus-sol persa supostamente nascido no mesmo dia. O escritor católico romano Mario Righetti candidamente admite que, “para facilitar a aceitação da fé pelas massas pagãs, a Igreja de Roma achou conveniente instituir o 25 de dezembro como a festa do nascimento de Cristo para desvinculá-la da festa pagã, celebrada no mesmo dia em honra ao Invencível Sol Mitras, o conquistador das trevas” (Manual of Liturgical History, 1955. vol. 2, pág. 67).
O historiador protestante Henry Chadwick entra na controvérsia: “Além disso, no começo do quarto século, começou no Ocidente (onde e através de quem não se sabe) a celebração de 25 de dezembro, data de nascimento do deus-Sol no solstício de inverno, como a do nascimento de Jesus Cristo. Quão fácil foi para o cristianismo e para as religiões solares ficarem embaralhadas ao nível popular, é muito bem ilustrado por um sermão feito na metade do século pelo papa Leão o Grande, repreendendo ao seu incauto rebanho por reverenciarem ao Sol nos degraus de São Pedro, antes de entrarem para aos serviços religiosos dentro da basílica voltada na direção oeste” (“Christmas” edição 1944).
Existe alguma evidencia bíblica que nos auxilie a fixar o dia, mês e ano do nascimento de Cristo?
Realmente, da Bíblia podemos pelo menos determinar a provável estação e o ano de Seu nascimento. A prova mais convincente de quando Jesus nasceu começa com o entendimento da evidência que nos é apresentada no livro de Lucas, concernente ao nascimento de João Batista. Lucas 1:5-17 diz:
5 Houve nos dias do Rei Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da turma de Abias; e sua mulher era descendente de Arão, e chamava-se Isabel.
6 Ambos eram justos diante de Deus, andando irrepreensíveis em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.
7 Mas não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos avançados em idade.
8 Ora, estando ele a exercer as funções sacerdotais perante Deus, na ordem da sua turma,
9 segundo o costume do sacerdócio, coube-lhe por sorte entrar no santuário do Senhor, para oferecer o incenso;
10 e toda a multidão do povo orava da parte de fora, à hora do incenso.
11 Apareceu-lhe, então, um anjo do Senhor, em pé à direita do altar do incenso.
12 E Zacarias, vendo-o, ficou turbado, e o temor o assaltou.
13 Mas o anjo lhe disse: Não temais, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João;
14 e terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento;
15 porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe;
16 converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus;
17 irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido.
Zacarias era da turma de Abias (Lucas 1:5-8). Voltando aos dias do rei Davi, os sacerdotes eram separados em turnos de 24 horas, ou turmas. Essas turmas começavam no primeiro mês do calendário judeu (I Crônicas 27:2), março ou abril do nosso calendário. De acordo com fontes do Talmude e de Qumram, as turmas se revezavam semanalmente, até atingir o fim de seis meses, quando o ciclo se repetia até o fim do ano. Isso que dizer que a turma de Zacarias servia no templo duas vezes ao ano.
Vemos em I Crônicas 24:10 que Abias era da oitava turma. Então, o serviço de Zacarias deveria ser na décima semana do ano judeu, pois todas as turmas serviam durante as festas do começo do ano judeu. Além disso, todas as turmas serviam também durante a Páscoa e durante os Dias dos Pães Asmos (na terceira semana do ano). Da mesma forma, todas as turmas de sacerdotes deveriam servir durante a Festa das Semanas ou Pentecostes (a nona semana), Então, o oitavo turno sacerdotal deveria recair na décima semana do ano.
Aqui, precisamos fazer uma pressuposição. Lembre-se de que dissemos que a turma de Zacarias servia no templo duas vezes ao ano. A Bíblia não especifica qual dos dois turnos de serviço era aquele. Apesar disso, nove meses depois de uma das duas datas, João Batista nasceu! Isso colocaria esse nascimento em março ou em setembro.
Se aceitarmos que Lucas estava se referindo a primeiro turno de Zacarias naquele ano, vamos assumir que isso tenderá a se comprovar quando descobrirmos as datas de nascimento de João Batista e de Jesus. Conseqüentemente, a data do serviço de Zacarias seriam os dias 12 a 18 do mês Sivan. (Veja-se a Companyon Bible, Apêndice 179, Seção III).
Acompanhando a história em Lucas 1:23-25:
23 E, terminados os dias do seu ministério, voltou para casa.
24 Depois desses dias Isabel, sua mulher concebeu, e por cinco meses se ocultou, dizendo:
25 Assim me fez o Senhor nos dias em que atentou para mim, a fim de acabar com o meu opróbrio diante dos homens.
Depois do serviço no templo, Zacarias voltou para sua mulher, em casa. Devido às leis da purificação (Levítico 12:5, 15:19, 25), duas semanas adicionais deveriam ser contadas. Não sei quanto a você, mas se um anjo me dissesse que eu estaria para ter uma criança especial, eu trataria de tê-la tão logo a lei o permitisse. Precisamos assumir também que Isabel concebeu a criança duas semanas após o retorno de Zacarias.
Isso feito e adicionando o tempo de uma gestação normal, teremos o nascimento de João Batista no dia da Páscoa (dia 15 de Nisan)! Os judeus sempre esperaram pela volta de Elias num dia e Páscoa. Por isso, sempre que a Páscoa é comemorada, existe uma cadeira vazia e um lugar posto à mesa, esperando pelo retorno do profeta. As crianças costumam ir à porta da casa e abri-la, numa antecipação da volta de Elias. Profetas do Velho Testamento disseram que Deus enviaria Elias antes da vinda do Messias (Malaquias 3:1 4:5-6). De acordo com esses cálculos, João Batista nasceu na Páscoa. Lembra-se das palavras do anjo a Zacarias? Ele disse que João Batista viria “no espírito e no poder de Elias” (Lucas 1:17). Elias veio na Páscoa!
Vejamos Lucas 1:26-36:
26 Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28 E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo.
29 Ela, porém, ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria essa.
30 Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus.
31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
32 Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai;
33 e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
34 Então Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, uma vez que não conheço varão?
35 Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus.
36 Eis que também Isabel, tua parenta concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril;
Lucas nos diz que Isabel estava grávida há seis meses, quando o anjo Gabriel visitou Maria. O início dos seis meses de Isabel seria durante as celebrações de Chanucá, que ocorre em dezembro, no nosso calendário. Chanucá é conhecida como a “Festa da Consagração” (João 10:22), por comemorar a consagração do segundo templo judeu e a re-dedicação do templo após a revolta dos Macabeus. Maria foi consagrada a um propósito de enorme magnitude: a presença de Deus num templo terreno, isso é, um corpo humano (João 2:18-21).
A data mais provável do nascimento de Jesus Cristo
Se Maria concebeu no Chanucá, João Batista deve ter nascido três depois da Páscoa. Ainda presumindo uma gestação normal, de 285 dias, Jesus deve ter nascido no dia 15 do mês judeu de Tisri ( 29 de setembro, pelo calendário atual). Isso é significativo, pois é este o primeiro dia da Festa dos Tabernáculos (Sucote). Este é um dia importante, um sábado especial e uma data de grande alegria e regozijo.
A Festa dos Tabernáculos e Jesus
Como se viu, o nascimento de nosso Senhor pode ser razoavelmente demonstrado como tendo ocorrido no outono, no primeiro dia da Festa dos Tabernáculos. Esta é uma festa muito alegre. Os judeus crentes construíam um tabernáculo ou cabana conhecida por “sucá”, toda de galhos de árvores verdes. Por oito dias, era nelas que eles dormiam e era onde faziam todas suas refeições.
Existem muitas conexões interessantes, nas Escrituras, entre Jesus e a Festa dos Tabernáculos:
João 1:14 diz: “E o Verbo se fez carne e tabernaculou (habitou) entre nós” (Tradução literal do grego).
Veja o que diz Samuele Bacchiocchi, a respeito desse verso:
Para introduzir a natureza e a missão de Cristo, João em seu Evangelho, emprega a metáfora da “cabana” da Festa dos Tabernáculos. Ele explica que Cristo, o Verbo que estava com Deus no início (João 1:1), manifestou a si mesmo neste mundo de maneira tangível, pela montagem de sua tenda (ou cabana) no nosso meio: “E o Verbo se fez carne e tabenaculou entre nós, cheio de graça e de verdade e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai”.
O verbo grego squenoo usado por João quer dizer “montar uma tenda, acampar, morar numa tenda”. A alusão é clara à Festa dos Tabernáculos, quando o povo morava em cabanas temporárias. No artigo “The Feast of Tents: Jesus Self-Revelation“ (“A Festa das Cabanas: a auto-revelação de Jesus”), publicada em Worship (1960), David Stanley escreve: “essa passagem estabelece a base para a próxima auto-revelação de Jesus na Festa dos Tabernáculos em João 7 e 8 “. Stanley diz ainda que “o indício básico do mistério que impregna inteiramente essa narrativa (João 7 e 8) é provido pela ação simbólica que dá nome a essa festividade: a ereção cerimonial de pequenas cabanas, feitas de ramos de árvores, nas quais cada judeu deve passar os dias das comemorações. Esses abrigos eram comemorativos dos quarenta anos errantes pelo deserto, quando Israel viveu como nômade sua íntima relação com Deus. Para João, esse viver em cabanas é o principal símbolo da encarnação: ‘E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...’” (João 1:14). Esta é idéia central que preside toda a narrativa de João da qual tratamos (João 7 e 8). Tudo o que aconteceu e tudo o que Jesus disse naquela ocasião tem alguma relação com a encarnação.
Visando descrever para o povo a primeira vinda do Messias, João escolheu a simbologia da Festa dos Tabernáculos, visto que a festa celebrava a morada de Deus no meio de seu povo. Isso levanta uma questão interessante: se João desejou ou não estabelecer ligação entre o nascimento de Jesus e a Festa dos Tabernáculos. (De God’s Festivals in Scripture na History Part II: The Fall Festivals, pág. 241)
De acordo com the Companion Bible, Appendix 179:
A palavra tabernáculo recebe aqui um belo significado, ensinando que o Senhor da Glória foi “feito homem”, tendo tabernaculado (habitado) num corpo humano. Ela mostra também igual beleza, ao significar que nosso Senhor nasceu no primeiro dia da festa judaica dos Tabernáculos, dia 15 de mês Tisri, correspondente a 29 de setembro (do nosso moderno calendário).
A circuncisão de nosso Senhor foi realizada no oitavo dia, o último dia da festa, o “Grande Dia da Festa” de João 7:37 (A Festa dos Tabernáculos tinha oito dias, a dos Pães Asmos sete e a do Pentecostes, um dia. Veja Levítico 23).
No livro The Seven Festivals of the Messiah (“As sete festividades do Messias”), de Eddie Chumney, lemos:
Como estabelecemos antes neste capítulo, A Festa de Sucot (Tabernáculos) é chamada de “estação de nossa alegria” e de “festa das nações”. Com isso em mente, leiamos Lucas 2:10: “O anjo, porém, lhes disse: Não temais, porquanto vos trago boas novas (basar, em hebreu, também significando evangelho)... de grande alegria...” ( sucot é chamada de ‘estação da nossa alegria’) “... que o será para todo o povo.” (sucot é também chamada de ‘festa das nações’)”. Assim, podemos ver que a terminologia usada pelo anjo para anunciar o nascimento de Jesus foi composta de temas e imagens associadas à Festa dos Tabernáculos.
Como vimos, a Festa dos Tabernáculos é chamada de “Estação da nossa Alegria”, “Festa das Nações” e “Festa das Lanternas”.
João 1:6-9 diz:
6 Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7 Este veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele.
8 Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9 Pois a verdadeira luz, que alumia a todo homem, estava chegando ao mundo.
Nesses versos, João se refere a Jesus como “a luz” e, como vimos também, o verso 14 diz que “... se fez homem e tabernaculou (significado literal da palavra grega para habitou) entre nós”.
Existem duas aparentes referências à Festa dos Tabernáculos associadas com a vinda do Messias:
Os magos (ou sábios) do oriente
As Escrituras nos mostram que existiram magos (homens sábios, estudiosos), que vieram do leste procurando pelo nascimento do Messias, dizendo: “nós vimos sua estrela no Oriente”. Quem eram esses eruditos do Oriente? Por que estariam eles procurando por um Messias judeu?
Mateus 2:1-6 afirma:
1 Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam:
2 Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo.
3 O rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém;
4 e, reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo.
5 Responderam-lhe eles: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta:
6 “E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel” (Citando Miquéias 5:2).
Babilônia era conhecida como “a terra do Oriente”. Nos dias do nascimento de Jesus, a maior população judaica estava realmente ali e não na Palestina. Há aproximadamente cinqüenta anos antes, toda a nação de Judá fora levada cativa para a Babilônia por Nabucodonosor. Apenas uma pequena colônia de judeus retornara à Palestina depois de sessenta e três anos de cativeiro. A maioria deles permaneceu onde havia estabelecido residência nas terras da Babilônia.
A palavra grega para mago, sábio, homem ilustrado, é magoi. Daniel recebeu o mesmo título (Daniel 4:9). A palavra é equivalente ao termo judeu rabi (mestre).
É muito provável que os três sábios do Oriente fossem rabinos judeus que haviam previsto a chegada do Messias, pela profecia das setenta semanas, de Daniel (Daniel 9:24). Eles haviam descoberto uma nova estrela no céu e a tomado como sinal da vinda do Messias.
Finalmente, mesmo que os sábios não fossem Judeus, eles deveriam ter tido influência dos escritos de Daniel. Não nos esqueçamos que, no passado, Daniel estivera chefiando todos os sábios da Babilônia (Daniel 2:48, 4:9 e 5:11).
A estrela e a Festa dos Tabernáculos
Há uma época do ano na qual os judeus tipicamente olham para as estrelas: durante o período da Festa dos Tabernáculos. Como já dissemos, durante os oito dias dos festejos o povo comia e dormia nas cabanas de ramos. Era costume deixarem um buraco na cobertura, para apreciarem as estrelas. Os sábios, celebrando as festividades, poderiam ter percebido o surgimento de uma nova estrela.
O ano em que Jesus nasceu
Quando Jesus nasceu, Herodes ainda estava vivo (Mateus 2:1). Os magos apareceram em Jerusalém perguntando sobre o nascimento do “rei dos judeus”. Certamente isso aborreceu Herodes, que recebera esse título do Senado romano. Herodes inquiriu aos sábios e soube deles o dia exato em que a estrela aparecera (Mateus 2:7). Os magos então viajaram para Belém e encontraram Jesus, Maria e José numa casa (Mateus 2:11) e, curvando-se, adoraram a Jesus.
Quando os sábios não retornaram para informar a Herodes sobre o paradeiro do recém-nascido, o rei “... vendo que fora iludido pelos magos, irou-se grandemente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo que havia em Belém e em todos os seus arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos” (Mateus 2:16).
Herodes morreu na primavera do ano 4 a.C. Assumamos que a estrela apareceu no nascimento de Jesus. Assumamos também que Herodes estava prestes a morrer, quando os magos apareceram. Era costume antigamente em Israel contar a idade de alguém a partir de sua concepção. Conseqüentemente, Herodes matou realmente os meninos de um ano de idade para baixo, de acordo com a maneira atual de calcular. Isso pode indicar que Jesus deveria haver nascido em 6 a.C. (se Jesus estava com um ano de idade) ou 5 a.C., se Jesus tinha menos de um ano e Herodes estava apenas sendo cauteloso.
Esta data para o nascimento de Jesus combina com outra data bíblica, a de que Jesus teria “cerca de trinta anos” quando começou seu ministério (Lucas 3:23). Em João 2:20 obtemos a evidência sobre a construção do templo. Por isso, sabemos que o ministério de Jesus começou em 26 a.D. (Anno Domini, Ano do Senhor, nossa era). Contando regressivamente até 6 a.C. (Antes de Cristo) - temos que subtrair um ano, por não haver existido o ano zero – chegaremos a 31 anos como a idade com a qual Jesus começou seu ministério. E isso pode representar cerca de 30 anos. Fazendo a mesma contagem, agora de 5 a.C.até 26 a.D., teremos que Jesus tinha 30 anos quando iniciou seu ministério. Os anos de nascimento 5 ou 6 a.C. são os que mais se adaptam à data da crucificação, isto é, 30 a.D. Pessoalmente, opto por 5 a.C., porque admito que os magos quisessem chegar no tempo certo e a jornada entre a Babilônia e Jerusalém era de apenas quatro meses.
Quando Jesus nasceu? Ninguém está absolutamente certo, pois estamos trabalhando com pressuposições e suas implicações, mas a melhor estimativa é 29 de setembro de 5 a.C. - como você viu.
O propósito deste artigo
Nosso propósito, com este artigo, NÃO é o de sugerir a mudança do dia do Natal, ou o ano de nossos calendários! Sua finalidade é contribuir para que você, conhecendo a verdade sobre o evento, não se deixe enganar. Se realmente importasse a Jesus a comemoração de Seu natalício, Ele certamente teria deixado isso claro, assim como a data correta para que o fizéssemos. O essencial é que Deus se fez carne no tempo e no espaço (I João 4:2). Ele nasceu de uma mulher num dia específico, num ano específico, andou entre nós, morreu por nossos pecados, ressuscitou dos mortos e subiu aos céus! Aleluia!
Autor: Otto Amaral
Site/página: http://www.restaurarnt.org/quandojesusnasceu.html
Título da postagem: Quando Nasceu Jesus?
QUEM MATOU JESUS?
E como seria Ele tratado, se voltasse hoje, nas mesmas condições de Sua primeira vinda?
Otto Amaral, RNT(1)
Nosso intuito, ao abordar este assunto, não é o de discutir as razões da morte de Jesus Cristo. Isso, as Escrituras explanam tão bem, a ponto de ser seu assunto mais importante. Queremos tratar dos homens e das instituições terrenas que, naquele local e tempo, no plano humano, foram os principais instrumentos do Mal no drama da Paixão.
Em quase todas as vezes que tentamos abordar esse tema, ouvimos imediatamente a resposta: “Foram todos os pecadores”. Ou variantes dela, como: “Fomos todos nós, por nossos pecados”. Afirmativas desse gênero respondem muito mais à pergunta “Por que morreu Jesus?”, do que à indagação “Quem matou Jesus”?
Praticamente não há divergências entre os cristãos quanto ao fato de Jesus haver sido sacrificado para remissão dos nossos pecados. Nós, cristãos, concordamos que o principal ator espiritual desse drama, do lado do Mal, é Satanás, o arquiinimigo de Deus e de Seu Filho, Jesus. Entretanto, não existe consenso quanto aos homens e às instituições humanas mais diretamente influentes na Sua acusação, condenação e execução. As Escrituras são cristalinas quanto a todos os passos do processo sumário forjado contra o Messias. A História também tem se aprofundado no tema. Ainda assim, persistem respostas divergentes sobre “quem” seria o responsável direto pela morte, quais as principais “testemunhas” e qual a consistência das “provas” apresentadas contra Ele.
Em razão de interesses políticos e religiosos, as mais desencontradas versões são apaixonadamente esgrimidas por pessoas, entidades e até por governos. Anti-semitas acusam “os judeus” de haverem matado a Jesus, com a Igreja Católica Romana tradicionalmente fazendo coro à mesma acusação. Os defensores de Israel, por seu turno, acusam Roma (ou o Império Romano, à época dominante da Terra Santa) pela crucificação. Porém, o que dizem as Escrituras sobre tudo isso?
O que todo judeu sabia sobre o Messias
O propósito de Deus para salvação do homem sempre esteve centrado em Jesus Cristo. Todas as promessas que Ele fez a Eva, a Abraão e a Davi falam literalmente sobre Jesus como Seu descendente. De fato, todo o Velho Testamento aponta para Cristo e profetiza sobre Ele. A Lei de Moisés, que regia a nação de Israel da época de Cristo, indicava constantemente a Jesus: "... A lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, " (Gálatas 3:24). Por isso, na festa da Páscoa, um cordeiro sem mácula tinha que ser sacrificado (Êxodo 12:3-6); isso representava o sacrifício de Jesus, "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29; 1 Coríntios 5:7). A condição de perfeição, que era requerida de todo sacrifício animal, apontava para o caráter perfeito de Jesus (Êxodo 12:5 e 1 Pedro 1:19).
Nos livros (do Velho Testamento) que os judeus conheciam como “Os Salmos e Profetas”, há incontáveis profecias sobre como seria e como e quando viria o Messias. Essas revelações tratam particularmente de como Ele morreria. A recusa do judaísmo, em aceitar a idéia de um Messias que morre, só pode ser devida à falta de consideração a essas profecias. E isso só poderia ocorrer por uma ou outra dessas razões ou por ambas, combinadas: desconhecimento das Escrituras ou por interesses particulares e/ou de grupos.
Não nos esqueçamos que o conhecimento das Escrituras era obrigatório para todos os judeus e que eles, na maioria dos casos, cumpriam essa obrigação com zelo, embora muitas vezes com terríveis distorções. Isso era ainda mais verdade, se considerarmos as lideranças religiosas, que, em Israel, eram também as lideranças políticas.
O processo contra Jesus
Antes, porém, de iniciar o exame das evidências que levaram às acusações contra Jesus, passemos rapidamente os olhos pelo processo em si, primeiramente para rememorar a seqüência dos acontecimentos e para, secundariamente, apontar irregularidades processuais que prejudicaram os procedimentos adotados:
O acusado era um pregador e mestre bem popular, que havia viajado bastante pela região por três anos e que havia feito algumas visitas missionárias a Jerusalém. As acusações de que agiria por motivação política, que seria um revolucionário e tramado contra o governo não procediam, pois jamais havia Ele agido em segredo, mas pregado para multidões e falado em conhecidas instituições religiosas, incluindo o Templo em Jerusalém. O que teria levado as autoridades a prendê-Lo num jardim privado, já na escuridão da noite, ao invés de fazê-lo abertamente, à luz do dia, é matéria para conjecturas. O próprio Jesus estranhando a ocorrência, disse: “Saístes com espadas e varapaus para me prender, como a um salteador? Todos os dias estava eu sentado no templo ensinando, e não me prendestes” (Mateus 26:55).
Atentemos para que Jesus foi aprisionado numa noite, acusado, julgado, condenado e executado no dia seguinte. Não é espantosa a rapidez com que as autoridades trataram do caso? Pode alguém imaginar que, em dadas circunstâncias, qualquer acusado tivesse um julgamento justo, com condições de apresentar defesa e usar dos direitos de apelo então vigentes? Jesus sabia que o processo era apenas uma trama para matá-Lo, simulando um motivo – e que isso ocorreria, como profetizado a Seu respeito em praticamente todo o Antigo Testamento. Minutos antes da chegada da turba com Judas Iscariotes à frente, para prendê-Lo, Ele havia dito aos seus discípulos: “Eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores” (Mateus 26:45). Jesus obviamente sabia do desfecho daquela farsa e, também pouco antes da prisão, disse aos apóstolos que, se Ele não fosse sacrificado, “Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?” (Mateus 26:54).
Depois da prisão, Jesus foi conduzido à casa do Sumo Sacerdote que assumia o cargo, Anás, para uma audiência preliminar. Depois disso, foi levado à casa de Caifás, o Sumo Sacerdote que deixava o posto, onde foi ouvido pelo conselho religioso, o Sinédrio.
Esgotadas as linhas de inquirição pelas autoridades judaicas, foi o acusado levado para interrogatório ante o governador romano, Poncio Pilatus. Ocorrida a audiência frente a Pilatus, o acusado foi conduzido ao governador de seu estado natal, a Galiléia. Herodes decidiu que, embora Jesus fosse galileu, os crimes alegados teriam ocorrido sob a jurisdição de Poncio Pilatus, havendo devolvido o acusado para o tribunal deste, onde foi julgado e condenado à morte.
Existem duas coisas que, agora, precisam também ser levadas em conta: primeira, as lideranças religiosas judaicas não tinham autoridade para executar um criminoso; segunda, Pilatus desejava jogar a responsabilidade pelo processo judicial a uma jurisdição alternativa. Ou, em linguagem popular, ele queria “passar pra frente a batata quente”.
a. O julgamento perante o Sinédrio
O Evangelho de Marcos, capítulo 14, dos versos 53 a 65, diz:
“ Levaram Jesus ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais sacerdotes, os anciãos e os escribas. E Pedro o seguiu de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote, e estava sentado com os guardas, aquentando-se ao fogo. Os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam testemunho contra Jesus para matá-lo, e não achavam. Porque contra ele muitos depunham falsamente, mas os testemunhos não concordavam. Levantaram-se por fim alguns que depunham falsamente contra ele, dizendo: Nós o ouvimos dizer: Eu destruirei este santuário, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens. E nem assim concordava o seu testemunho. Levantou-se então o sumo sacerdote no meio e perguntou a Jesus: Não respondes coisa alguma? Que é que estes depõem conta ti? Ele, porém, permaneceu calado, e nada respondeu. Tornou o sumo sacerdote a interrogá-lo, perguntando-lhe: És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito? Respondeu Jesus: Eu o sou; e vereis o Filho do homem assentado à direita do Poder e vindo com as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que precisamos ainda de testemunhas? Acabais de ouvir a blasfêmia; que vos parece? E todos o condenaram como réu de morte. E alguns começaram a cuspir nele, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe socos, e a dizer-lhe: Profetiza! E os guardas receberam-no a bofetadas”.
Fica claro para qualquer um, lendo as transcrições do caso, que o processo prejudicou o acusado desde seu início. Ele foi o que pode ser chamado de “trabalho arranjado”. Numerosas testemunhas foram chamadas contra o acusado, mas nenhuma foi capaz de convencer, com seus testemunhos: não havia concordância entre elas. Testemunhos inconsistentes não são considerados evidências válidas e o correto seria desconsiderar o que tenha sido dito por esses depoentes. Entretanto, o simples fato de as autoridades haver insistido em ouvir um grande número de testemunhas dúbias é uma indicação clara de que procuravam, a qualquer preço, culpar o acusado.
Algumas testemunhas ofereceram a acusação específica contra Jesus, a de que Ele dissera que poderia destruir o templo e reconstruí-lo em três dias. O livro de Marcos, verso 14 e capítulos 57 a 59, diz:
“Levantaram-se por fim alguns que depunham falsamente contra ele, dizendo: Nós o ouvimos dizer: Eu destruirei este santuário, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens. E nem assim concordava o seu testemunho”.
Ainda que tenham sido contraditórias, as testemunhas foram consideradas. Obviamente, o valor real desses testemunhos, num processo imparcial, seria nulo!
É importante também que percebamos o comportamento do acusado, frente a essas alegações vazias de credibilidade. Em seu evangelho, Marcos diz, no capítulo 14 e versos 60 e 61:
“Levantou-se então o sumo sacerdote no meio e perguntou a Jesus: Não respondes coisa alguma? Que é que estes depõem conta ti? Ele, porém, permaneceu calado, e nada respondeu. Tornou o sumo sacerdote a interrogá-lo, perguntando-lhe: És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito?”
Ao contrário de defender-se do indefensável, o acusado manteve a dignidade e o notável silêncio.
Dessa muito espalhafatosa cena de testemunhas arranjadas, passamos à maior carga feita para a condenação, realizada por ninguém menos do que o Sumo Sacerdote em pessoa.
“Ele, porém, permaneceu calado, e nada respondeu. Tornou o sumo sacerdote a interrogá-lo, perguntando-lhe: És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito?” (Marcos 14:61).
Agora, finalmente, vemos um questionamento claro. O interrogador perguntava objetivamente se Jesus era o Messias, o Filho de Deus. No código legal judeu, não havia infração maior do que alguém declarar-se o Messias. Esse crime requeria automaticamente a punição com a pena de morte. Embora sabedor disso, Jesus respondeu positivamente à questão:
“Respondeu Jesus: Eu o sou; e vereis o Filho do homem assentado à direita do Poder e vindo com as nuvens do céu” (Mateus 14:62).
De fato, Jesus não só validou a acusação do Sumo Sacerdote, mas corroborou sua aparente culpa, ao chamar-se de Filho do Homem. Para os versados nas leis judaicas, o acusado se referia claramente aos livros de Daniel e de Salmos e se proclamava igual a Deus. Com essas poucas palavras, Jesus aparentemente se declarava culpado e se condenava à morte.
b. O julgamento perante Pilatus
Uma das descrições do processo contra Jesus, em sua fase frente a Pilatus, está no livro de João, capítulo 18, do verso 28 ao final e capítulo 19, do verso 1 ao 16:
“Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. Então Pilatus saiu a ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam-lhe: Se ele não fosse malfeitor, não to entregaríamos. Disse-lhes, então, Pilatus: Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe os judeus: A nós não nos é lícito tirar a vida a ninguém. Isso foi para que se cumprisse a palavra que dissera Jesus, significando de que morte havia de morrer.
Pilatus, pois, tornou a entrar no pretório, chamou a Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? Replicou Pilatus: Porventura sou eu judeu? O teu povo e os principais sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui. Perguntou-lhe, pois, Pilatus: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatus: Que é a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum. Tendes, porém, por costume que eu vos solte alguém por ocasião da páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? Então todos tornaram a clamar dizendo: Este não, mas Barrabás.
Ora, Barrabás era salteador. Nisso, pois, Pilatus tomou a Jesus, e mandou açoitá-lo. E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça, e lhe vestiram um manto de púrpura; e chegando-se a ele, diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. Então Pilatus saiu outra vez, e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum.
Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E disse-lhes Pilatus: Eis o homem! Quando o viram os principais sacerdotes e os guardas, clamaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatus: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque nenhum crime acho nele. Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus. Ora, Pilatus, quando ouviu esta palavra, mais atemorizado ficou; e entrando outra vez no pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-lhe, então, Pilatus: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar? Respondeu-lhe Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fora dado; por isso aquele que me entregou a ti, maior pecado tem. Daí em diante Pilatus procurava soltá-lo; mas os judeus clamaram: Se soltares a este, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra César. Pilatus, pois, quando ouviu isto, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, e em hebraico Gabatá. Ora, era a preparação da páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos judeus: Eis o vosso rei. Mas eles clamaram: Tira-o! Tira-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatus: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César. Então lho entregou para ser crucificado”.
Vejamos algumas coisas mais a respeito do julgamento perante o governador romano Poncio Pilatus. Rememorando: Jesus foi achado culpado de blasfêmia pela corte judaica e tido como merecedor da pena de morte. Não obstante, sob a ocupação romana, os líderes judeus não tinham autoridade para aplicar a pena de morte. Assim, havia a necessidade de fazer a acusação perante as autoridades romanas. Por outro lado, blasfêmia contra uma divindade judaica não era um crime punível com a pena capital, pelas leis romanas. Por causa disso, quando os judeus levaram o acusado perante Pilatus, ele inicialmente se recusou a reconhecer os crimes alegados:
“Então Pilatus saiu a ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam-lhe: Se ele não fosse malfeitor, não to entregaríamos. Disse-lhes, então, Pilatus: Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe os judeus: A nós não nos é lícito tirar a vida a ninguém” (João 18:29-31).
Essa afirmativa, respeitante a tirar a vida, mostra que, realmente, os sacerdotes sequer faziam segredo de que o que buscavam não era um julgamento, mas uma forma de conseguir a morte do acusado!
Como se constata, Pilatus se recusou a julgar o acusado e o devolvia às autoridades judaicas. Estas, então, deixaram claro que não o desejavam de volta e sim a sua morte. Vemos que, mesmo antes do julgamento pelas autoridades romanas, os acusadores já pressionavam pela pena de morte.
Nesse ponto, os registros não são muito claros e é difícil o estabelecimento de uma cronologia exata. A certa altura dos procedimentos, Pilatus tentou devolver o acusado para ser julgado por Herodes. Entretanto, uma coisa é muito clara: nem Pilatus nem Herodes foram capazes de encontrar qualquer motivo para executar o acusado. No livro de Lucas, capítulo 23 e versos 14 a 16, lemos o que Pilatus alegou aos acusadores:
“Apresentastes-me este homem como pervertedor do povo; e eis que, interrogando-o diante de vós, não achei nele nenhuma culpa, das de que o acusais; nem tampouco Herodes, pois no-lo tornou a enviar; e eis que não tem feito ele coisa alguma digna de morte. Castigá-lo-ei, pois, e o soltarei”.
Pilatus ofereceu-se para liberar a Jesus (era costume dos romanos autorizarem a libertação de prisioneiros no tempo da Páscoa), mas a multidão recusou-se a ver o acusado livre e, ao contrário, pediu a soltura de Barrabás, um notório terrorista, que foi realmente solto. Parece inacreditável que as autoridades judaicas tenham preferido apoiar a libertação de um criminoso perigoso à comunidade, a optar pela liberdade de um pregador que nenhum mal fizera e que, em realidade, era bem conhecido por curar aos doentes e ressuscitar aos mortos – mas eram justamente essas coisas que os incomodava!
Além disso, as autoridades judaicas comprometeram sua integridade nos procedimentos posteriores. Veja o que diz João 19:12:
“Daí em diante Pilatus procurava soltá-lo; mas os judeus clamaram: Se soltares a este, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra César”.
Uma vez mais, Pilatus tentou soltar o acusado, mas a essas alturas as autoridades judaicas sutilmente modificaram a acusação. Ao invés de continuar a acusar Jesus de blasfêmia, eles agora o denunciavam como pretendendo rivalizar com César. Obviamente, como governador romano, Pilatus teria que considerar seriamente essa acusação. Ele poderia não estar interessado em disputas religiosas judaicas, mas qualquer possível transgressão às normas romanas exigia sua inteira atenção. É claro, não havia qualquer evidência que ligasse o acusado a alguma revolução contra as autoridades de Roma. Ao contrário, todos tinham conhecimento de que Jesus recomendava que se pagassem os impostos a Roma, algo que as autoridades judaicas tendiam a se opor. Mateus 22:19-22 mostra como Jesus via a questão:
”Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário. Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição? Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Ao ouvirem isso, ficaram admirados; e, deixando-o, se retiraram.”
Os líderes judeus então alegaram que eram leais cidadãos romanos, algo no que não se podia acreditar, dada a história de suas relações com Roma:
“Mas eles clamaram: Tira-o! Tira-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatus: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César” (João 19:15).
A alegação, agora, era a de que eles, judeus leais a Roma, desejavam a morte de Jesus, por sua alegada infidelidade ao Império Romano!
Ainda assim, Pilatus declarou que o acusado não era culpado de crime algum contra as leis romanas:
“Pilatus, porém, disse: Pois que mal fez ele? Mas eles clamavam ainda mais: Seja crucificado. Ao ver Pilatus que nada conseguia, mas pelo contrário que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Sou inocente do sangue deste homem; seja isso lá convosco. E todo o povo respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mateus 27:23-25).
Então, Pilatus entregou o acusado às autoridades judaicas, não sem antes praticar o ato que se tornaria muito conhecido através da história: a de que lavava suas mãos sobre aquele caso! Porém, é importante que se diga que Pilatus claramente evitava tomar uma decisão, tentando que Herodes o fizesse. Isso não ocorrendo, ele deixou de libertar o acusado, mesmo reconhecendo-o inocente. Ao contrário, entregou-o nas mãos dos judeus, permitindo, com isso, que eles o matassem.
Jesus de Nazaré foi considerado culpado de blasfêmia sob as leis judaicas, mas não cometera nenhum crime contra as leis romanas. Assim, somos forçados a concluir que sua execução, sob as leis de Roma, foi ilegal.
Agora, analisando a acusação de que foi considerado culpado, a de blasfêmia, sob a ótica judaica, vemos que:
Jesus aparentemente aceitou a acusação feita pelo Sumo Sacerdote. Ora, pretender ser igual a Deus era crime punível com a pena de morte, pelas leis judaicas. Não obstante, existe uma situação na qual isso não seria crime: se a pessoa que fizesse a alegação fosse, realmente, Deus. Em outras palavras, se a declaração do acusado fosse verdadeira, ele não seria culpado de crime algum!
Tudo o que a Lei e os Profetas haviam profetizado a Seu respeito, os milagres feitos e Sua palavra de autoridade eram demonstrações evidentes a todos os judeus, de que Jesus realmente era o Messias esperado, o Filho Deus. Então, por que foi Ele rejeitado por Seu povo e, objetiva e humanamente, quem orquestrou essa rejeição, que chegou até sua crucificação?
“A quem interessa o crime?”
A primeira e mais clássica pergunta feita, ao ser investigado qualquer ilícito, é: “A quem interessa o crime?”. No caso da morte de Jesus, vemos que toda a sórdida trama foi urdida, orquestrada e, até onde possível, executada pelas autoridades religiosas judaicas.
Obviamente, os sacerdotes não ignoravam que Jesus era o Messias. Porém, Ele contrariava seus interesses de riquezas e de poder e interferia diretamente com seus negócios, como vemos em Marcos 11:15 a 18:
“Chegaram, pois, a Jerusalém. E entrando Ele no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam; e derribou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam pombas; e não consentia que ninguém atravessasse o templo levando qualquer utensílio; e ensinava, dizendo-lhes: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes feito covil de salteadores. Ora, os principais sacerdotes e os escribas ouviram isto, e procuravam um modo de matá-lo; pois o temiam, porque toda a multidão se maravilhava da sua doutrina”.
Porém, uma das passagens que melhor demonstra que o caráter de Jesus era conhecido dos sacerdotes e dos doutores da lei, é João 11:48, que diz:
“Então os principais sacerdotes e os fariseus reuniram o sinédrio e diziam: Que faremos, porquanto este homem vem operando muitos sinais? Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e nos tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação”.
A intenção de matar a Jesus era tão conhecida, que, quem Judas Iscariotes, o traidor, foi procurar, para oferecer seus préstimos? Mateus 26:14 responde:
“Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais sacerdotes, e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata.”
Acho que não resta dúvida de que era às lideranças religiosas judaicas que interessava a morte de Jesus e que foram elas as principais responsáveis pelas acusações e pelo processo fraudulento montado contra Ele.
Mas, é bom, a essas alturas, que repitamos que não ignoramos que a morte de Jesus, como ocorreu, estava profetizada desde há milhares de anos e que cumpria que assim fosse. Ele mesmo o disse, ao ser preso, conforme Mateus 26:53:
“Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?”
O que pretendemos
Relembramos que o que tem nos motivado, até aqui, neste artigo, é a descoberta de “quem” e “quais” as instituições humanas mais influentes no processo da morte e Jesus. Isso, com dois principais objetivos:
a. contribuir para diminuir a influência de muitas das versões e concepções errôneas criadas a respeito da morte do Senhor e
b. alertar os interessados sobre as forças que, hoje, embora não mais tentando a morte de Jesus, continuam atuando para a destruição de Sua mensagem (alvo já perseguido quando de Sua vida física entre nós). Espantoso é que os interesses escusos dessas forças continuam os mesmos, assim como seus objetivos e as artimanhas que empregam.
Vejamos primeiramente quais as versões mais conhecidas sobre a culpabilidade pela morte do Salvador:
Foram os judeus – Essa versão suscita debates apaixonados e até extremos, por envolver inclusive anti-semitas virulentos, defensores sionistas radicais, católicos romanos tradicionais e protestantes pró Israel, além de outras correntes de pensamento. Os primeiros, obviamente, visando apresentar e estigmatizar a todos os judeus, de Jesus até hoje, como co-responsáveis pela Sua crucificação – a motivação desses grupos é política.
Os católicos romanos, por quase 2.000 anos, perseguiram os judeus, responsabilizando-os pela morte de Jesus. Somente há pouco mais de quarenta anos, depois do Concílio Vaticano II (encerrado em dezembro de 1965), foram os judeus isentos oficialmente, pela Igreja Romana, da acusação de ”deicidas”. Aparentemente, o que motivava o Vaticano eram fatores tanto políticos quanto religiosos.
Ninguém - Por seu turno, muitos judeus negam que seus antepassados tenham tido qualquer responsabilidade na crucificação, pois ela seria apenas uma criação mitológica do Novo Testamento. O rabino de Jerusalém, Eliezer Berkovits declarou, em 2002, que “o Novo Testamento cristão é a mais perigosa publicação anti-semita da história”. Muitos teólogos cristãos concordam com ele e até propõem a exclusão de todas as passagens “anti-judaicas” do Novo Testamento, particularmente do Evangelho de João. Um professor emérito da Universidade Lehigh, da Pensilvânia, Estados Unidos, A. Roy Eckardt, sugeriu que os cristãos deveriam abandonar a ressurreição de Cristo, pois ela “permanece a principal e incessante fonte do anti-judaismo mundial”.
Essas pessoas além de continuarem a rejeitar o Messias (que já veio), ignoram o caráter profético e de revelação que tem o Novo Testamento – em suma, parte da mesma Bíblia na qual eles declaram acreditar e que brandem em defesa de suas posições. A motivação desses grupos é religiosa e também política.
Foram os romanos - Várias correntes evangélicas, especialmente nos nossos dias, tendem a minimizar a participação dos judeus na morte do Senhor, pois, sendo eles o “povo eleito”, devem ser defendidos das acusações que partem “do mundo”. Para esses crentes, o culpado principal seria o Império Romano – apesar das evidências do Novo Testamento! O comportamento desse grupo seria fruto de um sentimento de afinidade com o povo ”do Senhor”, especialmente em razão do estado de guerra, quase que permanente, que existente na região de Israel. A motivação dessas pessoas parece ser mais política do que religiosa.
Como se nota, as discussões geradas pelo assunto estão longe de ser razoáveis e só aprofundam ferimentos e descobrem cicatrizes existentes entre os homens.
Então, “quem” matou Jesus?
A idéia de que foram os judeus os responsáveis pela morte de Jesus deriva de má interpretação de muitos dos textos do Novo Testamento. Quando os autores dos Evangelhos se referiam a “judeus” como implicados na paixão de Cristo, eles não se referiam aos judeus então vivos, nem muito menos aos ainda não nascidos – eles tinham um grupo específico em mente: a elite do Templo.
Estes sim, os sacerdotes e os doutores da lei, especificamente, foram os que tramaram a morte do Senhor. As multidões que gritavam “soltem Barrabás” e “crucifiquem a Jesus” eram manipuladas por seus corruptos líderes religiosos. Os dominadores romanos foram usados apenas porque os dominados não tinham autoridade para condenar alguém à morte. Roma não tinha interesse especial na morte de Jesus, pois Ele não punha em risco o domínio daquele Império na região. Não nos esqueçamos que Ele mesmo afirmou, quando interrogado por Pilatus:
“O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui” (João 18:36).
A elite religiosa judaica, essa sim, vinha sendo duramente admoestada por Jesus, como também o era pelo Pai, por haver o sacerdócio degenerado a uma mera forma litúrgica, sem nenhuma substância preciosa. Os profetas não diziam ao povo o que Deus lhes ministrava, mas o que as massas queriam ouvir. Esses líderes cegos não mais reconheciam que sua tarefa primordial era pastorear as ovelhas – serem pastores – e não se limitarem a cumprir rituais e a buscar o ganho pessoal. Embora esses homens passassem suas vidas inteiras falando e ensinando sobre a Lei de Deus, poucos deles compreendiam a Palavra Dele e a obedeciam de todo o coração.
Agora sim, parece que temos elementos para responder à clássica pergunta dos investigadores policiais “A quem interessava o crime?”. E a resposta NÃO É “aos judeus”, mas sim “às elites religiosas” (que eram judaicas, mas poderiam ser de qualquer outra nacionalidade, houvesse Deus escolhido outro povo como “o Seu”). Trocando em miúdos - se Deus tivesse elegido outro povo como Seu, certamente Jesus teria nascido nesse outro povo e os sacerdotes desse povo teriam sido os responsáveis pela morte do Messias – tivessem as circunstâncias se mantido as mesmas! Então, não tem qualquer sentido a acusação contra os judeus, como povo! (E não nos esqueçamos de que os seguidores de Jesus, nos primórdios da igreja do Novo Testamento, eram judeus!).
E hoje, como seria?
Como dissemos, um dos nossos objetivos com este artigo era alertar quanto à atuação, hoje, das mesmas forças malignas usadas por Satanás no drama da morte do Senhor. Uma forma que nos parece muito apropriada de fazer isso é procurando evidências do que ocorreria se Jesus voltasse em nossos dias, mantendo o mesmo caráter de Sua vinda há mais de 2.000 anos. Sabemos que o Salvador virá outra vez (e muito brevemente), agora não mais no papel de cordeiro expiatório, mas como Juiz e Senhor! Ainda assim, vamos imaginar Cristo, neste século XXI, fisicamente vivo, pregando as mesmas mensagens e fazendo os mesmos milagres, outra vez!
A quem incomodaria a presença do Filho de Deus, em pessoa, outra vez entre nós?
Aos salvos, os crentes verdadeiros, lavados pelo sangue do Cordeiro, vivendo na santidade do Espírito, amados e servidos por seus pastores/servos? Certamente que não – para estes, a presença física do Senhor seria de gloriosa alegria!
Aos não salvos (e não interessados na salvação), vivendo no mundo e na carne, justificados pelo “politicamente correto”, pela “ciência” engajada, pela mídia “moderna” e por uma ética espraiada, sem definições e fronteiras? Para estes, Cristo não passaria de um ”cara por fora”, “careta”, que estaria tentando cercear “a liberdade” de cada um agir exclusivamente em função de seus interesses, sem considerar sequer as interdependências geradas pela simples vida em sociedade! Estes tenderiam a menosprezar e a ignorar a Cristo. A eles, também não incomodaria a presença física do Senhor (como também não incomoda a presença espiritual)!
Aos não salvos, mas de corações e mentes abertos para a salvação, a presença física de Jesus seria mais um incentivo à decisão pela Vida em Abundância e, em conseqüência, motivo de alegria. A esse grupo também não incomodaria o retorno de Jesus.
Porém, há um grupo ao qual Cristo se dirigiria especialmente e ao qual incomodaria enormemente: às lideranças religiosas espúrias, aos pastores-lobos e suas igrejas de coxos espirituais. A história se repete e mais uma vez muitas das ovelhas dispersas de Deus estão sendo conduzidas por “guias cegos” (Mateus 23:24), pastores que se recusam a reconhecer os sinais dos tempos e continuam a derrubar celeiros para construir outros maiores (Lucas 12:18).
Cristo seria grande incômodo, em pessoa e com sua corda dobrada, aos atuais “vendilhões do templo”, que transformaram a igreja, a Noiva do Cordeiro, em rameira, cujo interesse primordial é o lucro, a acumulação de riquezas, o poder e a fortuna de seus “donos”. Muitos destes são proprietários de mansões de muitos milhões, de iates, de helicópteros, de haras repletos de cavalos de raça, de contas bancárias em paraísos fiscais e de coleções de carros importados de altíssimo preço. Nosso Senhor incomodaria bastante a todos os pastores e “igrejas”, cujas vidas financeiras não passariam no teste da quebra de sigilo bancário pela Polícia Federal e numa investigação por parte do Ministério Público.
Ele incomodaria sobremaneira aos “empresários da fé”, com suas grandes firmas “gospel”, onde o marketing é o regente máximo e o único objetivo são os lucros, que vão direto para os bolsos desses enganadores.
O incômodo seria grande também (infelizmente) para os crentes imaturos, que não se debruçam sobre a Palavra e não a conhecem. Seria incômodo também para aqueles que vivem um evangelho revisionista, “de resultados”, “contextualizado”, “moderno” e permissivo. Estes seriam novamente induzidos pelos lobos vestidos de cordeiros a fazer parte da turba insensível e enganada que gritaria, mais uma vez, “Crucifica-o, crucifica-o. E que seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos!”
O que fazer?
Nós vivemos no fim dos tempos. E estava profetizado (e escrito) que o que presenciamos hoje no mundo, na igreja, no meio dos crentes e entre as lideranças religiosas iria acontecer – agora! Embora a maioria dos cristãos concorde com isso, é apenas uma minoria deles que está atenta para essa realidade e que age, de alguma forma, contra essa ocorrência. Assim, o recrudescimento do aparecimento dos falsos pastores muitas vezes passa despercebido. Isso, especialmente porque, à luz de um evangelho elástico e deformado, eles são as lideranças adequadas para um rebanho de crentes que apenas buscam as bênçãos, mas, nem de longe, assumem suas responsabilidades para com o Senhor.
Então, o que fazer? Em primeiro lugar, abrigue-se sob as asas do Espírito: ore, pedindo a Ele que o ajude discernir quem são os falsos pastores. Siga a descrição de João 10:11 a 13, para identificar o joio no meio do trigo:
“... O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o que é mercenário, e não pastor, de quem não são as ovelhas, vendo vir o lobo, deixa as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e dispersa. Ora, o mercenário foge porque é mercenário, e não se importa com as ovelhas”.
Depois que você os identificar, faça como recomenda Mateus 7:15-16:
“Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?”
Acredito que o poder e os interesses da igreja corrompida do tempo de Jesus sejam proporcionalmente idênticos aos da mesma parcela apóstata da igreja de hoje e que, essa igreja, como instituição, assim como seus pastores, iguais àqueles, não titubeariam em arquitetar outro processo contra Jesus e em procurar com que ele chegasse ao mesmo fim. E isso, pelo fato de que Jesus jamais mudou Sua reação contra a igreja corrompida.
Satanás sabe que perderá a guerra, pois, a mais importante das batalhas, Cristo já venceu, no Calvário. Não obstante, o Inimigo continua a trabalhar arduamente, no intuito de arrastar consigo o maior número possível de pessoas em sua queda derradeira e inevitável. Fique alerta, para que você e os seus amados não sejam enganados – saiba separar os pastores dos lobos (o joio do trigo) e a manter distância deles!
Autor: Otto Amaral
Site/página: http://www.restaurarnt.org/quemmatoujesus.html
Título da postagem: QUEM MATOU JESUS?
quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
VERDADEIRO TESOURO
Buscai tesouro no céu onde a traça nem a ferrugem os consome, nem ladrão os roubam, assim disse o Senhor.
Analisemos esta frase, de sentido grandioso à nossa vida, buscamos a vida e o prazer da terra e esquecemos que a morte naturalmente virá, quando vemos levando alguém em tenra idade deixando esta vida, ficamos admirados e às vezes até nos revoltamos com a vida e até mesmo com o Autor e Dono da vida.
Até parece que todos envelhecerão!? Não mesmo, nem todos envelhecerão.
O mal pode ser comparado com a ferrugem e a traça que vai comendo o tesouro guardado, escondido e esquecido para suprir as necessidades futuras. Semelhante uma doença que consome nossas energias podendo levar até à morte, enquanto estamos despercebidos com as coisas deste mundo.
O ladrão rouba o tesouro em uma noite que não o esperávamos, no outro dia acordamos tranquilamente e não encontramos mais nossa riqueza que estava bem guardada e protegida. Assim é a morte que chega sem avisar e leva embora a vida.
Não adianta se lamentar, apenas agradecer, pois Deus nos fez para o projeto de paz e felicidade eterna, coisas que na terra são passageiras até mesmo na breve vida humana como uma sombra de uma nuvem em dia de sol escaldante, passa rápido.
Pensamos na vida qual ela é, eterna, infinita... e pensamos em nosso corpo como ele é, um transporte para nossa breve passagem aqui na terra. Que buscamos enriquecer nossa vida e não nosso corpo. Nem nosso corpo poderemos levar, quando nos chamarem para deixarmos a terra, imagina os tesouros que alegram o corpo, para que tanta sede por algo que não nos sacia verdadeiramente?
Buscamos a água viva, o pão e o vinho descido do céu, pois apenas estes nos dão saciedade eternamente.
Pastor Rodrigo Silva - Deus Existe? - Espaço Novo Tempo Fortaleza - 3 2 ...
Uma palestra riquíssima sobre a existência de Deus, por Dr. Rodrigo Silva..
terça-feira, 8 de janeiro de 2019
O PROJETO QUE IMPORTA
Nossa vida não é em vão, nossa passagem por esta terra tem sentido e significado, causando impacto na vida de outras pessoas de forma negativa ou positiva.
Pegamos o exemplo de Jó, homem íntegro, fiel, homem que andava com Deus. Passou por várias provações que ele mesmo não sabia nem entendia o motivo, sendo uma linda história de superação que é um excelente combustível para alimentar outras vidas que passam por dificuldades.
Ele nunca desistiu de Deus, pedindo até em seus momentos de grande dor discutir com o Juiz Supremo, o Criador de tudo sobre sua aflição e mostrar sua honestidade e justiça.
Em algum momento já pensei que ele sofreu devido a uma disputa entre Deus e o rei da mentira, mas o sofrimento dele é para servir de exemplo para o próprio ser humano que deve superar as dificuldades mesmo que pareça impossível.
A sua dor foi tremenda, possivelmente uma das pessoas que mais sofreu na história da humanidade e conseguiu superar sem abandonar a Deus.
Deus é sempre Deus independente de seguirmos sua vontade ou não. Nós precisamos do Senhor, Ele é nossa força, é o caminho, a vida e a salvação de todo e qualquer ser humano.
Lembramos em momentos difíceis que Deus não nos abandona; e em momentos de alegria e glória que Deus está acima de tudo e nós somos limitados e sem Ele não somos nada.
O projeto que importa é o projeto de Deus e que estejamos alinhados com seu projeto para não ficarmos de fora da cidade santa e termos direito a comer o fruto da árvore da vida, viver pra sempre juntos de Deus.
sábado, 5 de janeiro de 2019
Ernesto Araújo causa impacto com discurso surpreendente ao assumir como ...
BOM TRABALHO A TODOS, O BRASIL PRECISA E MERECE! DEUS GUIE OS VOSSOS PASSOS PARA DIRIGIR NOSSA NACAO
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
QUAL DOS FILHOS AMA VERDADEIRAMENTE OS PAIS?
Coisas que já vi sobre a face da terra: - Filho que abraça os pais e diz em seus ouvidos que os amam por demais. E ao ser solicitado alguma tarefa doméstica, não obedece, não pratica o que lhe pedem.
Já vi também, filho que nunca pronuncia palavras de carinho aos seus pais, mas obedece e pratica tudo o que lhe é solicitado, faz todas as tarefas domésticas que lhe é atribuída.
Qual dos filhos ama verdadeiramente os pais?
Será que com Deus também não seria semelhante? Não deveríamos praticar e observar o que Ele nos manda? Ao invés de apenas dizer que o amamos e não o obedecemos?
O apóstolo Paulo fala que se tememos e amamos ao Senhor praticamos toda a sua Lei, pois elas estão escritas em nossos corações.
“Respeitarei os que me respeitam e desprezarei os que me despreza”, palavra pronunciada pelo Senhor todo poderoso em consideração a conduta de Eli, sacerdote naquele tempo, que não disciplinava, não corrigia seus filhos que estavam desobedecendo a Deus e praticando tudo de mal aos olhos do Senhor, os quais deviam ser guias do povo e estavam explorando e corrompendo o povo.
A fé não está em apenas dizer que amamos ao Senhor, mas em praticar e observar suas ordens e preceitos. O apóstolo Paulo fala que a fé sem obras é morta, semelhante ao filho desobediente que diz amar aos pais mas não obedece.
terça-feira, 1 de janeiro de 2019
UMA PEQUENA AÇÃO PODE TRANSFORMAR IMENSIDÃO
O que fazemos tem grande impacto, cada ação, cada reação, cada atitude que tomamos. Analisamos o primeiro homem que pisou esta terra, desobedeceu ao Criador, recebendo como prêmio a morte. Pela sua atitude todos os seres humanos recebem a morte independente de cometer pecado ou não.
Pela atitude de um só homem toda a raça humana recebe o direito de continuar existindo em alguns séculos após a desobediência de Adão. Noé é considerado justo diante aos olhos de Deus e permite a continuidade da raça humana e dos seres vivos que respiram.
Assim como acontece com Noé, acontece também com Ló, sobrinho de Abraão. No tempo de Noé todos perecem pela desobediência ao Criador, pela obediência de Noé a raça humana consegue reiniciar e não ser extinta. Com Ló ocorre semelhantemente. Várias cidades corrompidas, tomadas pelo pecado perecem diante de um fogo arrasador, escapando apenas Ló e duas filhas.
Abraão obedece ao Deus verdadeiro e todo poderoso, chegando ao ponto de aceitar sacrificar seu filho da promessa em obediência ao Deus que tudo criou com atitudes de obediência. Deus fala a Abraão que por seu gesto todos os habitantes da terra seriam abençoados.
José do Egito, bisneto de Abraão, é amado pelo seu pai Israel e também por Deus. Denuncia o mal comportamento e má fama de seus irmão ao seu pai. É vendido como escravo pelos próprios irmãos e segue firme o caminho da justiça, do direito e do temor ao Senhor. Não se contamina com o pecado distante da casa paterna, não abandona o Senhor Deus continuando a praticar coisas boas e agradáveis a Deus. De escravo se transforma no segundo homem mais poderoso da face da terra e livrando várias nações de perecer pela fome.
Depois vem o homem mais importante, Jesus o Nazareno, aceita a vontade do Pai em morrer para se tornar uma ponte de acesso e reconciliação ao Reino Eterno a todos que quiserem e aceitar. Se tornando o único caminho que nos leva a um destino confortável, o único alimento e a única bebida que sustenta nosso espírito.
Por isso devemos meditar sobre o que estamos fazendo, se estamos próximo ou distante do Senhor todo poderoso, fazendo a sua vontade ou fazendo o que lhe desagrada. Uma pequena ação pode mudar o mundo tanto a salvação como para a extinção.
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