PRIMEIRO DIA NO HOSPITAL DE CÂNCER

achavefeliz

Inicia também o dia, uma quinta feira, dormi quase nada, gemi bastante durante a noite, devido a dores que há poucos dias se iniciara, atrapalhei o sono de alguns que estavam no quarto, como o senhor Arnaldo Polizeli, passei a noite em uma pensão próxima à rodoviária de Cuiabá, somos talvez seis pessoas em um mesmo quarto. Levantei por volta das quatro horas da manhã, tomei um gostoso banho frio, às cinco horas a vã do consórcio de saúde do Vale do Peixoto estava saindo em rumo aos hospitais da capital mato-grossense. Às seis horas desta manhã eu já estava nas dependências do Hospital do Câncer de Mato Grosso, pela primeira vez, juntamente com meu mano Adriano. A dor estava me tirando a tranquilidade, a paz, mesmo tomando alguns comprimidos de buscopan composto, isto de oito a dose comprimidos por dia, não resolvia praticamente nada. Minha consulta aconteceu por volta das quatro horas da tarde. Antes da consulta deitei nos banquinhos de concreto que tem na frente do hospital, embaixo de sombra de árvore, deitei na grama, deitei nos corredores do hospital e por fim fui levado para a triagem e deitei em um leito, deitado ficava mais confortável, a dor era menor. O médico cirurgião oncologista me consultou ali mesmo, na triagem, onde eu estava deitado. Com exames realizados, nas mãos do médico estavam os resultados, e eu diante deste grande profissional. Durante a consulta ele afirmou que eu corria risco de morte e a chance de ser um câncer maligno era bem grande. Ainda disse que a biopsia demora normalmente vinte dias para sair o resultado, como o meu caso já estava complicado, correndo risco de morte, seria urgente, podendo sair com até três dias o resultado deste exame. Meu irmão estava me acompanhando, pretendia ficar uns 15 dias comigo, ao saber do que se tratava não foi capaz de ficar mais que 24 horas sem pedir socorro, alguém teria de ficar no lugar dele, pra que ele viesse à Matupá. Um amigo, Walmir Brembati, ficou comigo de sábado até terça-feira, chegando neste dia à tarde, o meu pai. De Matupá à Cuiabá são aproximadamente 700 quilômetros. Eu desconhecia o desespero de meu irmão, de minha família, de meus parentes e amigos. E todos clamavam a Deus em meu favor, para que me concedesse a vida e a saúde completa no corpo e na alma. Foram vários grupos reunidos em oração, pedindo a Deus por mim, outros em casa, no trabalho ou aonde quer que estejam intercediam ao Pai Eterno para que me livrasse da morte e eu pudesse retornar com vida e saúde. Que Deus abençoe a todos que contribuíram para o retorno de minha saúde, dando a cada um o necessário para viver cada dia na paz de nosso Senhor Jesus Cristo.